sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

2013: Saudades, feridas e muita podridão.





            Pequenas saudades da calmaria, sinto tanta falta de 2012 e da minha infância... Não! Não sinto falta de retrospectiva, que pra mim, sempre soa como algo tão bosta. É que eu estava tão acomodado no narcisismo, investir em mim e ser totalmente independente desse negócio chamado de sexo. 2013 pra mim começou com um baita passo com o pé esquerdo, chato, frustrante e alcoólico. Digo mais: quero apagar esse Janeiro de mim em plena segunda semana do mês! Quero apagar de tudo que posso sentir de ruim. Aquela auto-estima que nunca foi das melhores agora me afeta. Não responsabilizo ninguém, só as minhas escolhas. Mas o mais interessante é que nunca me arrependi daquilo que fiz. Às vezes acho que o mundo está cercado de idiotas e cada ano que passa, mais confirmo isso. Odeio essa calúnia tosca, essa mentira obscena que o homem anda criando e obsessão de encontrar o perfeito em uma pessoa não sendo perfeita para si mesmo. Não falo por momentos depressivos, falo por uma revolta incondicional que tenho observado a tempos. Tenho saudade da infância inocente e feroz, a mesma que afetava pela sinceridade clara de outra criança. Acho que o humano por si só já chegou ao seu limite, daqui a diante só veremos podridão. Sinto em dizer que não consigo em confiar em alguém, sinto em dizer que pilares de um mundo construído só tem ruído cada vez mais com o passar do tempo, me sinto não na realidade, mas em um inferno tão fugaz que não há pessoas onde possa confiar. Acho que até o capeta seria mais sincero em seus fazeres, em seus atos e em sua moralidade,  entre outras “pequenas” coisas que perdemos. É tanto corrimão para segurar, mas nenhum consegue passar aquela segurança. Nascer, crescer, reproduzir, morrer... Queria ser simples assim, mas nunca é. Objetivo, claro e intenso, a vida se resume em passagem e não de metas criadas por um sistema completamente complexo com pessoas neuróticas ou sociopatas.
Santo daquele que criou o álcool. Santo daquele que quis fugir um pouco dessa hipocrisia e ter um momento de felicidade total. Escrevo isso com toda a preocupação de estar virando um dependente alcoólico. Uma “bira” para aliviar, outra para esquecer memórias passadas e pimba, olha como estou. O dia seguinte é o mesmo, meu trabalho tranqüilo e com gosto, mas o desgosto de chegar em casa e saber que vivo uma mentira. Lembro-me muito bem de filmes, um tanto quanto revolucionários, que me chocaram nesse meio tempo, “Transpotting” e “Fight Club” são alguns. Escolher uma vida, escolher toda aquela merda material para ser feliz consigo mesmo... E pra que? Não há sentidos, nunca fará. Somos tão superficiais que nem percebemos nossos deslizes no dia-a-dia. Um desejo tosco por aparência, que é aquele belo exemplo. Viajamos, tocamos, compramos as vezes pelo simples status. E digo também de uma simples vestimenta/aparência, que por ela você define caráter de uma pessoa. Ora, tão hipócrita esse mundo, onde somos tão cristãos e veneramos um rapaz barbudo, mas não podemos ostentar uma barba em nossos empregos pela má aparência.
Tenho saudades de um monte de coisas. Tenho saudades das pessoas sinceras, que independente de uma camisa regata, bermuda e chinelo, te cumprimentam. Tenho saudades de pessoas que falam de coisas e não de pessoas. Tenho saudades de pessoas com amores que vão além de um “camaro amarelo” mas que estão até em um ônibus com você. Sinto falta da ingenuidade.

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