domingo, 26 de outubro de 2014

Choque...


Você está mexendo em algo que conduz certa corrente elétrica,ou que armazena certa carga,e de repente,num piscar de olhos,é envolvido por uma descarga,seja pequena,média ou grande.
Imediatamente,recobramos os sentidos,ficamos atônitos,com o ocorrido,em seguida,identificamos onde cometemos o erro que desencadeou no acidente.
E na vida real,muda-se apenas os envolvidos,todos os dias somos submetidos à choques,mas de outra natureza,os temidos choques de realidade.
Dependendo do caso,são mais pesados,que os relatados,na primeira estrofe desse texto.
Quando se está na chamada zona de conforto,não sabemos,da densidade,profundidade,intensidade das ações que estamos cometendo,ou em que acarretarão num futuro próximo e incerto,nada é perigoso,nada é irreversível,enfim,tudo se pode,e nada se acontece.
E assim vamos indo,à tranco e barranco,se tropeçando,ora caminhando,ora rastejando,tendo a inconsequência como consequência,e de repente,sem esperar o choque,uma palavra,uma frase,um silêncio,uma atitude,ou uma falta também,somos expostos à essa descarga emocional.
E cabe à você,parar,analisar,recobrar os sentidos,escolher o que fazer,constatar,corrigir,refazer sua rota,ou continuar na tal zona de conforto,não perdendo nada,mas também não ganhando nada...

domingo, 19 de outubro de 2014

Objetivos De Um Plano Pleno Fracassado...

Revirar o quarto,buscar por algo,que não se sabe a serventia que terá,uma música que prolonga meu dia,e aumenta a porcentagem de satisfação de minha alma.
Na maior parte do tempo é isso,escrever e não ler,não ter destino,somente se preocupar com o tempo,executar com rapidez,sem se importar com qualidade.
Somos todos colecionadores de objetivos não alcançados,a culpa surge,e pesa cada vez mais.

Tentei não fazer isso,mas é mais forte que eu:

Linha de raciocínio que não raciocina,
mecanismo que não opina.
Não se atinge uma meta dessa forma,
Canso mas não alcanço pódio algum.

Um porre de sonhos,e uma ressaca de realidade,a depressão nessas e outras linhas é o que me guia,me alça,nisso pelo menos sou bom,e faço bem meu trabalho.Nunca soube lidar com otimismo,acho muito superficial,criar expectativas,para cantar algo,e quando lembro que nem afinado,ou ensaiado estou,caio nesse abismo sem fim,chamado:Eu.

Se me obrigassem à manter pensamentos positivos,certamente,fracassaria,nessa função,não quero emanar,nem passar imagem de algo que não sou,me deleito no mais insano,e ousado devaneio,que possa me confortar,repousar o mais calejado ser,chuva com sol,sol com chuva,sol com sol e nada de anoitecer,por horas,por dias,me perco nessa mania.

Quero e não quero mais,ouso sem ousar.
Nem me arrisco à pensar,ser de outro jeito.
Falo de mim,pra mim,e tu? Falas de ti?

Sem nexo,sem ordem,um plano pleno,do plano fracassado,sem nada à ser almejado...


domingo, 5 de outubro de 2014

É e Era...

Era pra sorrir,acabo chorando.
Era pra escrever,acabo apagando.
Era pra comer,acabo dormindo.
Era pra dormir,acabo acordado.
Era pra curtir o dia,acabo abraçando a madrugada.
Era pra ter tudo,acabo sem nada.
Era pra beber,acabo por enlouquecer.
 

Naquele domingo,sentei,em frente à máquina de escrever,comecei soltando o verbo,em tudo
que era tempo verbal,percebi,percebo e perceberei,nada de absoluto nessas linhas,o tanto "era" que
foi citado acima,me acabou,me dilacerou,qualquer pensamento racional,normal.


É pra ser assim,e não é.
É pra olhar estrelas,olho pro chão.
É pra olhar a festa,olho pro balcão.
É pra ser menos depressivo,não consigo.
É pra buscar razão,não acho nenhuma solução.
É pra trocar palavras,troco por nada.

Sai daquela sala,o mais rápido possível,abandonei o que estava escrevendo,corri,corri,subi escadas,escalei
duas,três montanhas,e não tive coragem de olhar para trás,mas me esqueci,que só deixei o papel,os pensamentos
me acompanharam,a agonia de outrora,me serviu um copo de água bem gelada,direto do poço de minha alma.


Me encontrei em mim,por que era pra ser assim,
Me esqueci,me lembrei,me fiz de pouco.
Brinquei de ser normal,levei à sério ser louco.
Era ou é,foi ou vai,ontem ou hoje.
Temos,teremos,nos perpetuaremos,
Sem buscar,se animar,ou relaxar,
firme,forte,com azar,com sorte.

Sem nada para se fazer,é incrível como a mente,nos transforma,e nos faz expelir cada reflexão,confesso,que todo domingo
é assim,essa mania de escrever algo,já que não sou exposto ao esforço físico nessa dia,reservo um tempo para exercitar minha insanidade literária.
Mas que bobagem,com bagagem,toda essa loucuragem,misturo algo rimado,com texto descompassado.
Por hoje chega,fiquem com esses três pontos...