quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pecadores modernos



O maior pecador entre os pecadores é sem duvidas aquele que jura de pés juntos não cometer mais pecados. Da mesma forma isso se vale para outras cositas mas desta nossa louca vida monótona. Sem duvidas, afirmar –“Eu não minto.” É uma mentira furada contada por muitos de nós para conseguirmoso que todo o bom homem que se preze busca em um papo informal com qualquer garota! Ou qualquer outro objetivo que almejamos e que ira depender diretamente do ponto de vista de outrem para conosco.
 Assim sendo, toda a autoafirmação exacerbada, concisa e reiterada tem no fundo um tanto de negação. Divagava eu num momento a sós comigo mesmo, (onde todo o fracote faz força e todo o valente, bem, você sabe..) sobre preconceito, (sim, o toalete é um ótimo para por as ideias no lugar e pensar sobre assuntos diversos!) Ah, antes que o texto se prolongue, já vou avisando que o tema não se manterá constante, mas farei de tudo para que você leitor não perca o fio da meada.
De qualquer forma, não importa onde estava eu enquanto pensava sobre o preconceito, e sobre o quanto preconceituosos somos (ou dizemos que não somos!) Pois afinal de contas, sim, no meio de toda essa galera jovem, auto astral, mente aberta, de classe média alta, super atualizada e antenada aos conceitos deste admirável mundo novo, uma das afirmações convictas que mais ouvimos é sem duvida: -“Ohh eu sou completamente contra qualquer tipo de preconceito, não suporto injustiças ou intolerâncias culturais.” Tudo muito lindo e maravilhoso, da mesma forma linda, maravilhosa e serena como a vida é no cotidiano estudantil da novela malhação! Lol
Bonito é ver essa galerinha fashion, bonita e super atualizada na rua. Não sei se você possui o hábito de observar os outros, mas eu tenho isso como compulsão. Simplesmente não consigo controlar, estou sempre a analisar comportamentos e atitudes alheias, afinal de contas somos todos doentes, mas só percebemos que somos de fato nos pequenos detalhes, e observando gente você consegue classifica-las por grupos de mais e menos loucas.
Sim, de qualquer forma é engraçado e irônico ver esse pessoal que tenta viver uma vida de novela da Globo na vida real; saca só, voltava eu numa quinta feira qualquer dessas de uma aula da faculdade, eram dez e meia da noite, quinta feira calorosa, ônibus cheio de gente, grande maioria de passageiros eram estudantes. Classe média alta, da mesma universidade particular em que eu estudo, quase todos “descolados e mente aberta”.
E lá estava eu estava sentado no meu canto em meio a pessoas que trocavam planos do tipo de em que festa de gente descolada poderiam ir no fim de semana,  esperando minha parada ficar menos longe para eu saltar logo dali e caminhar um pouco, puto dos cornos por aqueles motivos bestas que ocorrem no dia-a-dia de qualquer um de nós.
Eis que certo ponto do trajeto entra um velho no busão. Por favor, não me chamem aqui de mal educado ou insensível, idosos pra mim são aqueles velhos chiques que rodam por aí com seus carros automáticos, vovôs simpáticos e simples eu chamo de velhos mesmo justamente por serem seres de mais idade sem frescura. Velho joga carta na bodega, bebe liso de vinho em copo de zéca e fuma crivo avulso, enquanto idoso joga xadrez num clube chique bebendo whisky tão velho quanto ele e pitando charutos (que mais parecem trolhas).
 Enfim, o velho entrou no ônibus, procurando por algum lugar em que pudesse acomodar suas velhas nádegas; a parte reservada a idosos estava lotada então ele passou a catraca e veio vindo. E é nessa altura do campeonato que você pensa: -“ah, mas em um ônibus cheio de estudantes universitários alguém cedeu seu lugar para aquele pobre senhor.” Sim, quando ele chegou perto de mim eu levantei e pedi se ele queria se sentar, ele agradeceu e aproveitou.
 E agora tu me fala: -“ah grande coisa.” Sim não é grande coisa eu sei, e eu não pretendo me gabar nem muito menos ganhar o reino dos céus por ter dado lugar pro velho. Mas pô, eu estava sentado beeem lá no fundão, ele veio caminhando lá da frente até o fundão tentando olhar na cara daquelas pessoas procurando que alguém cedesse o lugar para ele, mas os cagalhões todos viravam o rosto para não ter que encarar a sua própria falta de caráter.
E quase diariamente eu vejo esses mesmos cagalhões falando o de como eles são super mente aberta e contra injustiças sociais ou intolerâncias. Irônico né?! Não vou nem tocar nas outras “boas ações” que eu me meto a fazer por vergonha de ver certas coisas.
E posso garantir que se tem algum desses jovens modernosos, mente aberta que vivem super antenados aos problemas do mundo lendo isso, ah sem duvidas essa pessoa ficou imaginando o quão mal educado e insensível eu possa ser por ter chamado idoso de velho alguns parágrafos acima. Me desculpe honorável cidadão se te sentiste tocado de forma inconveniente lendo qualquer parte deste amontoado de palavras, as vezes sou meio rude, mas juro que é sem querer.
Entenda que a maldade está nos olhos de quem vê. Por isso aconselho que antes de afirmar ser, viva reiteradamente de forma a desenvolver estes hábitos que almeja desenvolver (pois como já citei anteriormente: -quem afirma ser algo de forma demasiada incisiva e reiterada, no fundo tenta maquiar uma profunda negação), para que desta forma te tornes de fato oque pretende afirmar que és sendo de verdade, e não apenas gritando!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

2042 

Onde você quer estar daqui a 20 anos? Já parou para imaginar como será sua vida? Quão ridícula seria? Ou quão magnífica seria? Tudo vai depender do que você faz agora... das escolhas que faz hoje... das vitórias profissionais e sociais que você conquista diariamente no seu círculo de amizades e em seu networking.

Segundo Freud (apud Wikipédia, 2012) "o processo de pensamento é a ativação ou inibição dos complexos de sensações associadas que tornam possível o fenômeno representacional psíquico, o que se dá através da energia que flui no sistema nervoso pelos sistemas de neurônios. Podemos distinguir, neste processamento, um primário e um secundário"

Estamos diariamente pensando no que queremos, coisas que queremos, no que seremos ou queremos ser,
direta ou indiretamente e você, já parou para pensar como será sua aparência daqui a 20 anos? Observando sua vida como ela é hoje, onde estará, o que fará e como será em 2042?
Já pensou nisto?
é... eu também.


domingo, 26 de agosto de 2012

Café

Entre as mesas vazias, dançam as sombras.
Nas janelas, acontece a noite.
Bebo. Fumo. Agradeço este silêncio que ecoa no café deserto.




Apenas domingo.
Se gostar, me ligue.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Deus da Ironia.


Eram dois sentados em um morro, distante da zona urbana. Paulo e João, amigos de anos e com gostos parecidos. Peculiares? Talvez... Até porque decidiram, na hora do rush, sair um pouco mais cedo do trabalho para fazer um happy hour diferente. “Não se vive de bar sempre”, frase dita pelos dois, na mesma hora, que marcaram esse programa diferente, o pôr do sol. João, esmurrugando seu fumo atentamente e Paulo segurando um papel de seda numa mão e uma cerveja na outra. Ao centro dos dois, um fardo de cerveja long neck, no qual acompanharia nesse breve evento.

- Eihn, Jão – apelido carinhosamente debochado de Paulo, no qual João ganhou em uma mesa de bar – O que você acha da ironia do destino?

            - Papo complicado para uma mente sóbria, cara. Como posso aprofundar nesse tema? Só sei que é como ter como chegar a alguma coisa que tu queira, mas não conseguir por algum tropeço que o destino colocou. – Respondeu João, ainda atento ao seu fazer.

            - Interessante... Lembrei-me uma vez, em um papo furado, de ter feito uma tese de um suposto deus da ironia. Algo desse porte genial não pode ter sido criado por nós, humanos. Ele sim está sempre atento para criar uma ressaca moral ou não. Ou criar risadas e lições de moral, mas de uma maneira “materna” com aquela breve sensação de “Não te avisei, moleque?”.

            - Ah, Paulo! Você sabe, nunca fui de acreditar muito em deuses. Sempre são jogados nas falas quando não conseguimos justificar algo. Ironia por si só existe, tudo é energia.  – João pega a seda na mão de Paulo. – Agora você terá motivo para discutir isso.

            Enquanto isso João enrolava o cigarro, olhando Paulo secar uma long neck em pouco tempo e foi lembrando o quão irônico eles discutirem algo do tipo, de tamanha importância e com um cunho reflexivo. Até porque geralmente as coisas eram tratadas com desrespeito, com ironia e com um certo sarcasmo. João era o tipo de cara que fumava todos os dias aquele cigarro que a sociedade julga como mal, e Paulo era aquele que tremia sem quatro cervejas por dia... Mas ambos queriam parar.

              - Nós por si só somos irônico. – Disse João para Paulo, com um sorrisinho de canto.
              - É! Todos nós somos. O molde de sociedade que nos fez assim, irônicos e hipócritas.

              O silêncio acabou dominando o momento, o cigarro foi acesso e assim ficaram, alguns bons minutos fumando, bebendo e olhando aquele sol se pôr. O fato é os dois pensaram que todo mundo tem uma ressaca moral, mesmo que esteja são disso, o problema é evitar toda essa ironia do destino. Ela nunca vai ser evitada.
Duas semanas passadas do acontecido e da reflexão, Paulo morre afogado em uma banheira, bêbado, tentando relaxar do stress do dia-a-dia. João vive por aí... Bebendo, fumando e sofrendo com certas mágoas por achar que influenciou indiretamente Paulo. Ainda passa a mesma imagem de seu amigo morto, inchado e pálido no caixão pela a cabeça de João. Aquela frase que foi dita em tom baixo no velório, para o defunto, ainda soa estranhamente:

 - Um dia a gente se encontra por aí, amigo.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Paradigmas controversos



Nota: De antemão já inicio pedindo desculpas se você não é um frequentador de boteco que lá à certa altura (pós alguns burbons e conhaques) começa a filosofar. Pois aqui tento transcrever algo parecido com aquelas filosofias baratas de boteco, daquelas que acontecem entre dois ébrios de final de semana as 4:30 na mesa dum barzinho.

Sempre achei uma baita duma mentira àquilo que os professores ensinam quando nos passam o conceito de sociedade. Aquele lance de: “-Sociedade é a união de indivíduos com um interesse em comum, blá, blá, blá.” Bosta pura! Eu sou mais da opinião de que sociedade é formada pela união de indivíduos variados cheios de interesses incomuns. Sim, pois até em uma família que é a entidade base da formação da sociedade os integrantes divergem em seus interesses e pontos de vista.
Toda hora a gente nota uma tentativa de formação de algum movimento rebelde contracultura. Coisa normal daquelas pessoas que estão na fase de querer incendiar o mundo e não tem muito para fazer ou com o que se preocupar de fato. Um vasto grupo de seres que permeiam nossa sociedade, porem com interesses não condizentes com os da maioria. Não que esses movimentos não consigam se formar; ou que não ganhem expressão. De fato se formam e se mantem sabe-se lá até quando com alguma notoriedade. O problema com eles é que eles perdem a essência com pouco tempo de duração.
Duram pouco, pois o sistema atual (segundo minha opinião) possui dois antídotos contra qualquer coisa que venha a ameaçar sua soberania. Um desses antídotos é ridicularizar, banalizar e comercializar. O outro, usado quando o primeiro falha e o lance acaba pondo em xeque a credibilidade do sistema, écacetiar quem propagar (aqui no sentido de fazer propaganda, instigar e perpetuar) a ideologia, comportamento ou seja lá oque for que esse movimento tenha por ideia.
Vide os movimentos mais conhecidos contracultura e contra o sistema que se fazem ainda presentes na sociedade. Movimentos como, por exemplo, o “PUNK” e o “RAP”. Começaram há tempos passados tendo por essência o protesto contra indiferenças, injustiças e coisas do gênero que deixam qualquer super-herói fulo da vida. Tudo muito belo e romântico, até que começaram a banalizar e comercializar o lance todo. A partir de que se comercializa algo tipo o punk, se diz punk tanto aquele que conhece a vida rueira de verdade, quanto aquele guri criado a leite com nescau que ainda joga bulita no carpete do apartamento sem sacada em que vive mas que tem o disco de uma dessas bandas “punk rock” que passam no programa da xuxa sábado a tarde (juro que não estou aqui me referindo à Raimundos ok?! Foi sem querer.)
Um dos últimos casos em que a credibilidade do sistema esteve em xeque, e que eu me lembre foi o movimento ocupy, onde em meio os USA em crise um grupo de pessoas se reuniu em uma praça de NY como num acampamento e tal, perpetuando ideias de que o sistema atual deles não presta e propondo um novo modelo (não vou expor minha opinião se presta ou não, quem quiser debater isso comigo sabe o bar que eu frequento, mas sou apolítico então...). O ocupy deu certo e chegou a se formar em outras cidades até. (não vou ficar discriminando onde, como e qual era a ideia dos caras, se te interessar, procura no google que lá terá a resposta para todas as tuas perguntas.) Deu tão certo pois não havia maneira de torna-lo comercializável, muito menos de ridicularizar visto o apoio de grande massa artística que ficou do lado dos caras, tão pouco se tornar banal por ser um lance do tipo, oito ou oitenta sacou?
Desta forma oque aconteceu com o movimento? Botaram a policia na rua com a trilha sonora de Vamos Quebrar Tudo.mp3 nos headphones e acabaram com a merda toda.
“Fenômenos sociais comuns, onde se faz presente a convivência humana em sociedade.” Diria algum professor, cientista politico ou sei lá quem. Pois afinal de contas a sociedade é formada por indivíduos de UM interesse comum. Sim claro, um apenas eu sempre digo. O interesse de instigar e tentar influenciar o outro para pensar da mesma forma que a sua, de puxar a brasa para o seu assado a fim de suprir a carência humana sempre deficiente no quesito independência. Afinal de contas somos seres sociáveis por natureza!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Minuano


Estes ventos dos últimos dias me fizeram recordar de um poema que fiz há algum tempo...ah, como eu queria ver o vento!

Minuano













Eu queria ver o vento
Jatos em espiral, caracóis em movimento
Formando painéis multicores
Entrando pela fresta da porta
Se espalhando pelo chão
Esgueirando na parede
Até assoviar na janela do porão
Rodopiando como onda no mar revolto
Ah!, eu me revolto!
Como pode o vento voar?
E desenhos nas nuvens formar?
Ah!, eu não mereço
Neste devaneio surreal, enfraqueço
Entrego-me ao banal e vejo
Um vento trajado, ou melhor, tornado
Olhem, estou aqui!
Tão possesso o danado
Sacode o portão e não me deixa dormir.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O divino indevido







"...e que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes." (Donatien Alphonse François de Sade)


“Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes”. Citação de um dos maiores ícones do ateísmo que já existiu: Donatien François, ou Marques de Sade. Louco, pervertido, libertino, herege, aberração da sociedade. Era escritor e tinha ideias liberais consideradas impuras. Tinham o poder de corromper a mente do ser o humano, assim afirmava a IGREJA, a instituição-mor da época e que perdura até os dias de hoje. Foi preso e privado de sua liberdade a viver em um hospício até o ultimo dia de sua vida.
Citando a história de somente um homem ateu entre tantos outros homens que já existiram, brilhantes e renomados como Galileu Galilei, ou simples camponeses que não proviam de bens para pagar as “talhas” e as “corveias” aos senhores feudais e ao dizimo da IGREJA, que sofreram nos tribunais da Inquisição da época por serem considerados hereges. Segundo a IGREJA, heresia é a doutrina praticada por alguém que irá contra as leis de Deus, e o que a IGREJA decidisse o que era certo. Daí eu me pergunto: Como podem criar leis e punir alguém em nome de um ser que ninguém nunca viu? Baseado em historias e contos de fadas? Aproveitando-se da ignorância da massa menos privilegiada do feudalismo? Provavelmente naquela época eu já teria ido para a forca ou para a tortura por conta desses pensamentos. Ou talvez não. O poder de manipulação deles era tanto que eu iria obrigar-me a aceitar o que me foi imposto, seja por minha ignorância ou pelo poder de repressão da época. Os tempos mudaram, a IGREJA da época, que perdura até hoje, assumiu seus erros. Afinal perdoar é uma das virtudes de Deus.
Acompanhando o ritmo do capitalismo emergente, eis que surge a empresa IGREJA. Essas “empresas” que travam diariamente uma disputa incessante por fiéis, prometem serviços divinos que beiram o absurdo, tal como exemplo, os serviços de “desemcapetamentos” realizados por muitas dessas “empresas”. Há também aquelas que optam por serviços de comercialização de souvenires sagrados tais como a “a terra onde Jesus pisou”, “o pedaço de pedra da gruta onde supostamente Jesus foi sepultado”. Consequentemente, algum grupo de pessoas de alto poder de persuasão, inteligentes, e  com uma pitada de malandragem, enriquece a custa de uma parcela grande de pessoas que se deixam facilmente manipularem-se. Isso se explica pelo numero de IGREJAS que estão se proliferando por todo o canto, afinal: “Pequenas igrejas, grandes negócios”.
Voltando à citação de Sade, o “inferno” que ele destaca refere-se ao lugar flamejante, com rios de sangue, dor e sofrimento eterno que Dante Alighieri descreve em sua maior obra fictícia, e que também é a caracterização do lugar aonde as almas pecadoras vão segundo algumas crenças. Mas alguém se quer viu, esteve, e tem como provar que esse lugar existe? A maldade e a estupidez humana existem e são provadas. Enquanto existem pessoas famintas no mundo inteiro sofrendo com descasos humanos, outras que sofrem represálias cruéis, e são vitimas de guerras religiosas e são massacradas em países não laicos. Pessoas que se explodem com intuito de matar o máximo de outras possíveis por causa do divino, por ordem do Deus que ele acredita. E todas essas maldades são cometidas por homens e não por nenhum ser divino, porem, tiranos fizeram e ainda fazem atrocidades em nome do seu deus. Assim baseando-me na frase de Sade, eu acredito que não há outro paraíso a não ser a bondade, a justiça e o amor do ser humano, como não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dele próprio.

Dica de filme: "Quills - Contos proibidos do Marquês de Sade". Os seres humanos sempre questionaram, através da história, a sociedade e seus limites de moralidade. Em pleno século 18, em meio à sangrenta Revolução Francesa, um dos mais perigosos dissidentes foi, sem dúvida, o Marquês de Sade, que originou o termo sadismo. Sade era uma pessoa contraditória. Algumas vezes era brilhante e sensível. Outras, era egoísta e demoníaco. Foi tão escandaloso que continua a chocar a todos no século 21 e seu legado ainda promove debates sobre o que fazer com aqueles que exploram alegremente os mais sinistros tabus.





 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Crise de Identidade

Todo final de semana é a mesma coisa... pouca coisa muda; A rua é a mesma, o cheiro também. As mesmas pessoas e o mesmo lugar. Como me irritam as pessoas...
Mas no fundo foi tudo que eu sempre quis numa sexta ou num sábado, exceto por alguns pontos que precisam ser mudados. Por exemplo, a batida constante em minha mente, que atrapalha o discernimento em certas ocasiões, ou o peso excruciante que fere meu ser e faz perturbar quem está ao meu redor...

No passar dos dias, esse sentimento gradativamente desaparece. No domingo, tenho minha crise de identidade, então fico perambulando pela casa com uma xícara de café, vestindo meus pijamas e fumando meus cigarros o dia inteiro, pensando em tudo que fiz de errado na vida e torcendo para que na próxima semana comece acertar as coisas que deixei pra trás.

Na segunda-feira isso tudo desaparece. No terceiro dia da semana, deixo-me guiar pelo cheiro do meu Whisky 18 anos, o charuto importado e a boa bossa nova.

domingo, 19 de agosto de 2012

Mais uma dose.


Tudo errado. Eu não devia estar ali outra vez.
Porem toquei a campainha novamente.
Ela abriu a porta.
Os joelhos dela miravam o teto sujo. Me deliciava naquele antro úmido, minha língua percorria cada canto.
Mas não percebi que ela chorava.
Acordei sozinho.

Agora eu choro.


Apenas domingo.
Se gostar, me ligue.




sábado, 18 de agosto de 2012

Interlúdio.


Às vezes quando tentamos ajudar, pioramos
Quando não falamos nada, falamos tudo
Quando tentamos evitar, aceleramos o processo
Às vezes o veneno é o remédio
Menos é mais, mais é menos
E o que vai, não volta
Às vezes é melhor não fazer nada, para fazer tudo
De vez em quando... só às vezes.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Como é que vou crescer sem ter com oque me revoltar?


De antemão já aviso que esta leitura não agradará você amigo, que é um daqueles que creem piamente que irão salvar o mundo não cuspindo um chiclete no chão ou algo parecido. E também para você que pensa que se cada um não cuspir o chiclete no chão, salvaremos as sardinhas do mar báltico..
...
O problema dessa juventude é que são todos uns acomodados, cretinos e cagalhões, um bando de come e dorme que tapam os olhos quando encaram algo que não presta, mas adoram pagar de os revoltados politicamente corretos quando debatem política, atitudes e futuro mundial.
Hoje em dia fora raras exceções, todo mundo mente sobre o que pensa realmente, ninguém assume com convicção um ponto de vista, nenhuma atitude inovadora e inteligente de fato. Se você é um desses cagalhões modernos um conselho, que tal sair da frente desse computador em que você fica mandando e-mails do tipo “salvem os canários belga do Nepal” e ir ajudar os rebeldes na Síria!? Ou então melhor, que tal começar a arrumar a sua própria cama e lavar suas próprias cuecas?
Piada irônica é ver protestos do tipo, sou mulher, sou igual a você homem, e mostro meus peitos para a minha causa ganhar mais repercussão e ser notada por algo que há muito já foi banalizado por comerciais de cerveja. Ok, tudo bem que tornar a mulher um objeto não é nem um pouco legal, mas a mulher que quer chamar atenção ao seu protesto exibir o corpo? Ora não é você exibindo as peitcholas em praça publica para chamar atenção à alguma coisa, que é contra justamente usarem a imagem feminina para propagandas? No fundo é tudo a mesma coisa!
Então, você, cansado de toda essa cretinagem e falsidade, assume oque é e oque pensa que não é nada convencional ao que estão todos condicionados, e logo é visto como um retrógrado intolerante pela massa que prega a liberdade o não preconceito a paz e o amor.
Pois vos digo caros leitores, quem discorda em algum aspecto diferente à forma que eles elencaram como correta, esse tambem sofrerá preconceito, preconceito proveniente dessa mesma massa vermelha, cool, cult, hipster ou sei lá que frescura taxativa a mais é cabível à essas tribos urbanas, que ironicamente rotulam-se cabeça aberta e sem preconceitos.
O tempo do fio do bigode já era, piadas de humor negro são proibidas, o preconceito está subjetivamente oculto nas campanhas contra o preconceito esse mundo tá de pernas pro ar já dizia minha vó quando eu era criança!
Antigos revoltados eram metidos a comunistas, socialistas e “subsersivos” e lutavam contra o comando da época. Então olhe em volta hoje em dia caro amigo rebelde vermelho e alienado! Os revoltados antigos estão no comando hoje, debatendo irregularidades, corrupção e sacanagem nas CPMIs, criadas, julgadas e comandadas por eles mesmos, e quem faz frente... cri cri cri
Se você que crê salvar o mundo por não cuspir chiclete no chão chegou ao fim deste “texto”, não me leve a mal nem muito menos se preocupe, o mundo não tem mais salvação! E não venha me dizer que eu tenho uma parcela de culpa por ele não ter mais volta, sou apolítico e um niilista convicto, mas garanto que enquanto houver esse tipo de gente que tem por mania empurrar pontos de vistas, crenças ou de qualquer outra forma mudar a convicção de outro alguém, discórdias continuarão ocorrendo e tudo não sairá do lugar. O que eu quero dizer é: - não encham os culhões de quem pensa de forma alheia a sua, afinal de contas o jargão banal de todo o rebelde “sem causa” atual tem implícito algum conceito de liberdade, não é mesmo?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pormenores











Velha vitrola vibra
respiração, pesado é o pulmão
acende cigarro, fogo breve
crepita a chama, e esmorece
fumaça, sinuosa fumaça
sorve chá e a cachaça
língua molha, garganta estala
coração palpita, lento
assoprando em desalento.
A boca saloba treme em vão
olhos cerrados
lágrimas ao chão
Elas têm gosto de fel
e vem a indolente mão...
...a tinta risca o papel.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mudanças

É. Agora tenho certeza, o ser humano não muda...


Um canalha, será sempre um canalha.
Um idiota, será sempre um idiota.
Um trapaceiro, será eternamente um trapaceiro. Assim como o traidor, o enganador, o amante, o mentiroso, o falso simpático e os impetuosos.

Sério. Por mais que a pessoa erre na vida, agente sempre tenta perdoar, eu pelo menos tento; mesmo quando a pessoa não merece perdão, sempre ou quase sempre nós damos a esta pessoa uma segunda chance, "só pra ver no que dá".
Então esperamos, analisamos e friamente calculamos as possibilidades de desapontamento, as situações que vão se apresentando e esperamos por um momento, um deslize, arrependimento.

E bingo! Quando você menos espera, apesar de todos os avisos, o desapontamento acontece. E então você tem que agir, revolucionar pensamentos, conseguir por mandamentos, afastar aquele mal.
Vota um votam dois, três ou quatro. Todos concordam.... e você não pode mais lutar, não pode mais vencer. Já é voto vencido. A maioria decidiu, vão te mandar pra puta que pariu; não tem mais jeito pra você. Foi excluído, saiu ressentido, todo aquele poder terminou e você aproveitou. Pode-se dizer.

É assim meus caros. Um dia, por mais que demore, a pessoa te desaponta. E você fica tentando entender, estagnado por um torpor de decepções, sem poder se mover, você tenta entender o porque.

Não existe um por quê; O ser humano é assim, as pessoas não mudam.


William MInuzzi

domingo, 12 de agosto de 2012

Momento


 Leitores,


peço desculpas pelo texto da semana passada. Foi escrito rápido e incoerente no domingo de manhã, depois de um sábado confuso regado a Jack e batom vermelho.

Escrevo agora, reciclando um material antigo.



Somente nós dois, deitados em uma cama de motel, um quarto lindo, temático. Gosto de tudo neles.
Tudo.
Mas éramos nós dois, e era o suficiente para minha dose. Tudo que precisava.

- Vamos?

Nem a pau. Não quero imaginar nenhum lugar além desse agora.

- Ficamos então.

Ficamos abraçados, ela com o corpo nu parcialmente sobre o meu, brincando com meu cabelo. Eu observando o azulejo solto através da porta entreaberta que dava para o banheiro.
Silêncio mortal, somente a respiração diminuindo de ritmo, lentamente.
Lá fora, eclodia a 3° Guerra Mundial.
Dentro do quarto, nosso silêncio.

- Curtiu a suíte?

Pé direito alto né.

- Sabia que PC Farias e amante foram encontrados mortos exatamente como estamos?

Sabia. O papo de política do dia estava me enchendo o saco, foi o dia inteira falando do tal Senador.

- Será que foi suicídio?

Talvez. Eles não estavam em casa, se fossem se matar não iam fazer isso em casa. Eu não ia curtir emporcalhar todo meu quarto. Já viu suicídio limpo querida? Bala? Banheira? Pulso? Enforcamento...

- Nunca vi alguém enforcado, nos filmes parece ser tão limpo. É nojento?

Sim, bem nojentos. Num motel ninguém se importa, na manhã seguinte a moça da limpeza vem, recolhe as camisinhas e tudo volta ao normal. O bom suicida só quer morrer né! Não chamar aquela atenção, aquele bafafá. O gerente do motel muito menos, imagina só, nós aqui deitados sabendo que alguém já se meteu uma bala na cabeça aqui. DIS. CRI. ÇÃO.

- Querido, fala como se já tivesse pensado em se matar. (ela faz biquinho enquanto pensa e me olha. Linda.)

E tu não? As vezes tu esta no silêncio do teu quarto, sozinha e com mágoas, maquiagem borrada afundada no travesseiro. Remoer esse tipo de coisa é inevitável. Todos nós somos humanos. Feridas abertas sangrando, arrependimentos, cicatrizes que surgem sempre que estamos sozinhos. Ali abandonada às moscas, remoendo a alma.

- Hummm, adoro suas mãos mexendo no meu cabelo.

O segredo é apenas mexer, fazer perceber que está ai e que também que não está. Ir variando, explorando cada canto da cabeça, cada cantinho mesmo. Suavemente.

- E vai haver um amanhã?

Não importa. Lá fora as bombas estão caindo, um borbardeio. Talvez possamos ver o sol nascer novamente. Pode ser que não.
Não importa.
Não interessa, uma vez uma amiga me disse para curtir o agora, o que temos e quando temos.
Tenho você agora, e só isso que importa.
Nós.
Sozinhos, aqui trancados com pensamentos em comum. O resto... é simplesmente o resto. Foda-se, são todos figurantes da nossa fantasia.
Criaturas que não deveriam existir, completamente descartáveis.

- Gosto de estar contigo.

Já ouvi essa história, mas agora somos o átomo, do big bang. E vamos explodir.

- Não para, não agora...

Não vou parar, eu não posso. Está além do meu controle, é muito maior. Está na hora do fim.
Me da um último beijo, o beijo que vai unir nossos corpos nessa orquestra.
Fluídos, sangue, suor, porra e a guerra.
Vem, vamos explodir.
A maior de todas as explosões dessa guerra sem sentido que está rolando lá fora, a nossa, a única que interessa. Vamos começar uma reação em cadeia.

- Hummmmmmm...

Lá fora, o último avião solta a bomba, aquela que vai devastar tudo e todos. Ponto Zero. Enola Gay sobre Hiroshima. O relógio trava, é o momento. É o recomeço, e o caos se torna realidade.

E aqui, nesse motel, nós dois viramos apenas um naquele instante.

Mas isso não mudou o mundo.

Só mudou aqui dentro.



Apenas domingo.
Se gostar, me ligue.

sábado, 11 de agosto de 2012

Educação.

Educação, o que é educação? Isso o tio Aurélio pode definir. Agora, porque a usam no dia-a-dia e qual o mistério por trás dela? Quando uma pessoa está sendo educada, existe uma grande possibilidade de ela não estar querendo forçar a amizade, às vezes ela pode nem estar interessada em sua amizade, só está sendo educada. E se existe alguma briga entre vocês e esta pessoa em determinada situação demonstra sinais de cortesia, ela não está sendo falsa ou sequer querendo uma aproximação, só está sendo educada. Educação não é obrigação, não é favor e muito menos caridade. É o antivírus da negatividade, é o soro necessário para muita gente. A sociedade é o reflexo da sua educação, logo se algo está errado no mundo, alguma coisa está faltando, não é? Quantas coisas ruins, guerras, estresse, karma poderiam ser evitados se as pessoas adotassem essa prática todo o dia? Com certeza seriam mais felizes. Porque educação é isso, educação é tudo. Isso deveria ser o que faz o teu coração bombear, o que te faz ficar de pé, isso deveria estar tatuado na mente de muita gente.

Por Vinícius Rodrigues

Guerra dos Sexos


            Sempre são assim. Relacionamentos são sempre uma merda. Coração descompassado, expectativa esgotando e o mundo do mal-humor de portas abertas, ainda mais quando você percebe o fim. O ânimo nunca foi um dos maiores, é um tal de “tocar o foda-se” pra várias coisas que te dão um certo estresse. Elas, mulheres, não se abalam muito. Elas sabem o que nos abala e por isso eu digo: toda mulher sabe o poder que elas tem sobre o psicológico do homem. Chato é acharmos que somos o sexo forte.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Não confunda alho, com bugalhos...


Homens de verdade não aceitam a derrota, muito menos suportam o orgulho ferido, portanto, não espere um olá, muito menos qualquer sutileza ou gentileza de um homem que teve seu orgulho ferido de qualquer forma. Talvez ele até olhe na sua cara, mas não se espante se cuspa no chão logo em seguida. Melhor atravessar a rua quando notar que ele está no seu caminho. Todo homem tem uma reputação a manter.

A grande maioria confunde este orgulho ferido com raiva, ódio ou antipatia, mas não, nada disso. Na verdade a tolerância fica zero, e quando a paciência acaba não há coisa no mundo que a traga de volta. Saca aquele papinho escroto: “-Boas são as lembranças que ficam” ? É tudo papo furado. Quando o orgulho é ferido a única coisa que fica é algo parecido com nojo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Trovador



Em tempos áureos, trovador era um errante de violão, 
que em noites de lua, entoava a uma donzela, sua singela canção.
Uma melancólica e insistente serenata, triste, ingrata
Como uma mosca zangada num pote de nata.

No tempo que 'Trovador' era marca de violão,
palheta era unha, e microfone era o gogó.
Vomitando versos de amor e paixão,
Mesmo que não compunha suas próprias canções, nem em Dó.

O Trovador de hoje não toca e nem canta,
E mesmo assim, as moças de frágil índole ele encanta
E saber que nem um respingo de poesia sua boca emana,
Mas basta qualquer palavra ao vento para levá-la para cama.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Uma noite para lembrar. Ainda posso sentir o cheiro do cigarro na jaqueta de couro velha e usada.
O cheiro do uísque exalando por entre meus poros.
Sinto também o cheiro dele, que por mais distante de mim esteja, ainda consigo lembrar o jeito que me olhava, me sentia, me compreendia. Um verdadeiro amor acontece uma vez a cada vida. E eu, deixei o meu escapar. Você se acha tão auto suficiente: "Ah, mulheres, tem aos montes, Homens tem aos montes, são 6bilhões para um."
Errado. Faça as contas, talvez sobre 8 pessoas com quem você pode realmente se relacionar.
Eu só sinto vontade de voltar atrás e tentar outra vez, ter uma segunda chance.
Mas como isso não é possível, prefiro continuar sentado no mesmo balcão, esperando que ele volte.

domingo, 5 de agosto de 2012

30mm


Tinha um material pronto, mas considerei-o muito pessoal. Eu acredito que palavras mal expressadas tornem o momento vivido bem menos prazeroso do que ele foi.
Fiz este, no modelo do antigo, bem rapidinho. É uma experiência nova para mim, espero que gostem.

Francesca entra em um carro parado na estação, fazendo os olhares curiosos se voltarem para lá, André curioso sabia que conhecia o carro, do mesmo jeito que sabia para onde estavam indo, na mesma hora cutucou Paulo que riu-se tão alto que chamou atenção de Fátima que deixou o último gole da cerveja para reparar em Vanessa que trocava o pneu do carro sozinha na rua, enquanto sua amiga Drica mandava uma mensagem no celular do seu namorado Pedro, que estava com a amante Naiara que havia fugido do namorado Carlos que trabalhava como segurança noturno em um posto de gasolina, o mesmo posto que Edmilson devolve o troco a Anderson que está levando Maria na UTI móvel para a capital, onde o doutor Zé Vitor a espera na sala de cirurgia, o mesmo cirurgião que havia colocado um pino no joelho de Cassino, irmão de Solange que quase nunca sai de casa e não gosta de perder tempo com bobagens, cuidando apenas do seu filho adolescente Vinicius que esta indo bem na escola mas queria ter mais tempo para sair com Vitória, sua colega ruiva que pinta os cabelos no mesmo lugar que Ana Paula faz as unhas toda a terça feira para jantar com o marido, o taxista Pedro que depois de dez anos conseguiu comprar um carro na revenda do Israel que tinha uma paixão juvenil pela sardenta Gisele, que não para de olhar o relógio esperando Plínio chegar do escritório antes que a janta esfrie, frango preparado com molho branco e acompanhado de vinho comprado no mercado de Baltazar, pai de Mônica dona de um bar próximo a rodoviária, que emprega Neide, que sempre se encontra com Quênia sua paixão proibida nos fundos do bar, onde trocam carícias até Ubirajara o copeiro do prédio aparecer, que tem por paixão Andressa a loira da contabilidade do terceiro andar, que sempre espera as reuniões terminarem para pegar a última térmica do café antes que o Dr. Felipe venha lhe buscar, ele que não é doutor mas gosta de ser chamado assim, até mesmo na escola de sua filha Magda estuda, cujo professor de literatura Rodrigo é irmão de Saulo o guarda noturno que diz que Marcello não pode estacionar na estação.


PS: Fiz ela aberta, vou mandar o edit até domingo. Me mandem sugestões de passagens...
Cada dia incremento uma tripinha.


Apenas domingo.
Se gostar, me ligue.

sábado, 4 de agosto de 2012

Na coleira (feat. a metade da laranja)




Não gosto de namoro, não vou mentir. Sou sim um solteiro convicto - e isso não tem nada a ver com o fato de eu ser “inamoravel”, juro -. Ao mesmo tempo em que tento entender a monogamia, equilibrando com o fato de eu ser novo e blablabla, duas coisas certamente eu não entendo: o namoro na coleira e o desespero pela outra metade da laranja. Aqui falarei dos dois casos como se fosse um só. Não consigo entender porque alguns namorados privam seus parceiros de quase tudo. Uma cervejinha no bar, uma noite na casa de um amigo - e as chances de a noite ser regada apenas a vídeo game é grandíssima - enfim, de sair para qualquer lugar em que não esteja junto, pois não confiam na fidelidade do parceiro. Ok, eu admito, homens realmente tem um histórico a la Charlie Harper, e mulheres também não são nem um pouco santas, mas a base de um relacionamento não é a confiança? Será que dando liberdade não é a melhor opção do que ir forçando a raiva ou a própria mentira? Será que eles realmente amam o próximo, ou amam a ideia de ficar com alguém só para não acabar sozinho nesse mundo frio e cruel? Porque afastar a pessoa dos seus amigos? Provavelmente a pessoa pelo qual o outro se apaixonou foi moldada por esses amigos. O pior é quando tu é amigo de um casal, e inevitavelmente fica no meio dos dois, tendo que encobrir toda e qualquer mentira, “não diz para ele que eu estava aqui tá?”, “ei, você sabe aonde que minha namorada tava ontem?”, “ah sim... ops, quer dizer, sei não cara”. E quando a mentira é descoberta para quem que sobra? Para o pobre amigo que ficou no meio desse inevitável fogo cruzado. Aonde quero chegar? Sei que todo relacionamento não é algo constantemente simples, alguns até são complexos, cheios de teorema de Pitágoras e fórmula de Baskara, mas alguns namoros superam a complexidade humanamente aceitável, cheio de performances de novela mexicana. Tem gente tão desesperada pra viver essa novela, que se joga para qualquer um, dizendo "eu te amo" na primeira semana e estando pronta para viver o papel da Maria Joaquina ou do Fernando Henrique numa relação novela cheia de dramas, intrigas e mentiras. Para que tanta pressão? Para que tanta coleira? E para que tanta laranja? Namorar deveria vir de um sentimento puro e certeiro, não fabricado instantaneamente para faturar transas garantidas. Para que tantas regras, tantos modes moldes? No fim, muita gente acredita estar procurando sua metade da laranja, mas se joga na primeira bergamota que aparece. Aliás, isso lembra o que uma grande amiga minha me falou numa dessas conversas de bar: "tu não precisa da outra metade da laranja. Tu é uma laranja completa. Tu só precisa de outra laranja para fazer mais suco". Posso estar errado, posso estar certo. Só sei que sou feliz sendo uma laranja completa e livre de qualquer coleira.

Por Vinícius Rodrigues

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Qual é o teu limite?


Você aí...

É, você mesmo que está lendo este amontoado de letras...

Você alguma vez já chegou ao seu limite com alguma coisa? Já por acaso testou qual é o limite tolerável por ti perante algo? Paciência, álcool, dias sem comer, drogas, número de pastéis comidos, tempo acordado, cigarros fumados, dias sem trocar as meias, dias sem banho (a maioria dos homens já testou este ultimo limite em particular em algum longínquo e remoto inverno. ou nem tão remoto assim), enfim, você por acaso já sabe até onde pode ir com alguma coisa? Aonde é capaz de chegar? Isso faz parte do nosso processo de autoconhecimento!
Passamos por tantas primaveras até chegarmos a nossa ultima e não conseguimos nos conhecer por completo, é verdade. O tempo passa mais rápido a cada sol que cai lá no fundo.
E com o tempo passando mais rápido, mesmo testando todos os teus limites você não percebe que as pessoas a sua volta estão caindo pra não mais se levantar, pois assim como você, todos eles estão tentando descobrir o limite, e de fato mais tempo, menos tempo acabam por descobrir! Mas quisera por acaso do destino, descuido ou vontade divina, que alguns passam dele. Então cuidado aí amigo, pois alguns limites não dão chance para serem testados novamente. Se você extrapolar, nada mais volta a ser como era uma vez!
Você se questiona então qual seria o seu limite? Será que você já chegou perto de ultrapassá-lo? Poderá não ter retorno como acontecerá com alguns tantos outros?
 Como você vai saber se você não tentar descobrir? Mas por onde deve começar?
Não sei cara, mas é bom começar logo antes que você ultrapasse seu limite de anos a serem vividos e acabe sem conhecer até onde você era capaz de ir!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Quarta-feira é dia de....(Parte 2)

 Quarta-feira, o sagrado Dia do Sofá. Mas será que alguém diz isso ainda? Isso é coisa da sua tia falar. Na atualidade, o sofá deixou de ser figura emblemática. Especificamente na quarta-feira, este móvel fica imóvel, esquecido. Traído pelos botequins, que convocam o machedo macharedo para ver futebol regado a suco de cevada. Sem dó. Os cinemas e restaurantes fazem até promoção para tirar você do sofá. Assim, o sofá perdeu a alcunha de protagonista no seu emblemático dia. Não lembra mais quando foi a última pipoca que caiu na fresta entre as almofadas. Triste. É....outrora, o Dia do Sofá já foi mais romântico e sensualesco.

Tentem imaginar nos tempos antigos, (antes do Feicebuc) aquele casalzinho jovial, se descobrindo, se desbravando, se deflorando, no limiar do âmago da sua inocência inocente. É porque era inocente de verdade. Trocando carícias tímidas, porém não menos intensas, a bordo daquele velho sofá de chenile adquirido nas Lojas Arno. Era um vulto só, iluminados alumiados pela única luz piscante do televisor. O casal se entretia entertia ao reprise de Ghost, mas só prestava atenção na cena que Patrick Swayze e Demi Moore uniam as mãos para moldar os vasos de barro. O sofá se sentia uma canoa descendo uma cachoeira de arco-íris, sendo remado por um entrevero de membranóides descontrolados.

Chegará um dia, em que você vai chegar em casa, numa quinta-feira, e o sofá não estará mais lá. No seu lugar haverá pipocas em decomposição. E um bilhete.