quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Paradigmas controversos



Nota: De antemão já inicio pedindo desculpas se você não é um frequentador de boteco que lá à certa altura (pós alguns burbons e conhaques) começa a filosofar. Pois aqui tento transcrever algo parecido com aquelas filosofias baratas de boteco, daquelas que acontecem entre dois ébrios de final de semana as 4:30 na mesa dum barzinho.

Sempre achei uma baita duma mentira àquilo que os professores ensinam quando nos passam o conceito de sociedade. Aquele lance de: “-Sociedade é a união de indivíduos com um interesse em comum, blá, blá, blá.” Bosta pura! Eu sou mais da opinião de que sociedade é formada pela união de indivíduos variados cheios de interesses incomuns. Sim, pois até em uma família que é a entidade base da formação da sociedade os integrantes divergem em seus interesses e pontos de vista.
Toda hora a gente nota uma tentativa de formação de algum movimento rebelde contracultura. Coisa normal daquelas pessoas que estão na fase de querer incendiar o mundo e não tem muito para fazer ou com o que se preocupar de fato. Um vasto grupo de seres que permeiam nossa sociedade, porem com interesses não condizentes com os da maioria. Não que esses movimentos não consigam se formar; ou que não ganhem expressão. De fato se formam e se mantem sabe-se lá até quando com alguma notoriedade. O problema com eles é que eles perdem a essência com pouco tempo de duração.
Duram pouco, pois o sistema atual (segundo minha opinião) possui dois antídotos contra qualquer coisa que venha a ameaçar sua soberania. Um desses antídotos é ridicularizar, banalizar e comercializar. O outro, usado quando o primeiro falha e o lance acaba pondo em xeque a credibilidade do sistema, écacetiar quem propagar (aqui no sentido de fazer propaganda, instigar e perpetuar) a ideologia, comportamento ou seja lá oque for que esse movimento tenha por ideia.
Vide os movimentos mais conhecidos contracultura e contra o sistema que se fazem ainda presentes na sociedade. Movimentos como, por exemplo, o “PUNK” e o “RAP”. Começaram há tempos passados tendo por essência o protesto contra indiferenças, injustiças e coisas do gênero que deixam qualquer super-herói fulo da vida. Tudo muito belo e romântico, até que começaram a banalizar e comercializar o lance todo. A partir de que se comercializa algo tipo o punk, se diz punk tanto aquele que conhece a vida rueira de verdade, quanto aquele guri criado a leite com nescau que ainda joga bulita no carpete do apartamento sem sacada em que vive mas que tem o disco de uma dessas bandas “punk rock” que passam no programa da xuxa sábado a tarde (juro que não estou aqui me referindo à Raimundos ok?! Foi sem querer.)
Um dos últimos casos em que a credibilidade do sistema esteve em xeque, e que eu me lembre foi o movimento ocupy, onde em meio os USA em crise um grupo de pessoas se reuniu em uma praça de NY como num acampamento e tal, perpetuando ideias de que o sistema atual deles não presta e propondo um novo modelo (não vou expor minha opinião se presta ou não, quem quiser debater isso comigo sabe o bar que eu frequento, mas sou apolítico então...). O ocupy deu certo e chegou a se formar em outras cidades até. (não vou ficar discriminando onde, como e qual era a ideia dos caras, se te interessar, procura no google que lá terá a resposta para todas as tuas perguntas.) Deu tão certo pois não havia maneira de torna-lo comercializável, muito menos de ridicularizar visto o apoio de grande massa artística que ficou do lado dos caras, tão pouco se tornar banal por ser um lance do tipo, oito ou oitenta sacou?
Desta forma oque aconteceu com o movimento? Botaram a policia na rua com a trilha sonora de Vamos Quebrar Tudo.mp3 nos headphones e acabaram com a merda toda.
“Fenômenos sociais comuns, onde se faz presente a convivência humana em sociedade.” Diria algum professor, cientista politico ou sei lá quem. Pois afinal de contas a sociedade é formada por indivíduos de UM interesse comum. Sim claro, um apenas eu sempre digo. O interesse de instigar e tentar influenciar o outro para pensar da mesma forma que a sua, de puxar a brasa para o seu assado a fim de suprir a carência humana sempre deficiente no quesito independência. Afinal de contas somos seres sociáveis por natureza!

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