Nota: De antemão já inicio pedindo
desculpas se você não é um frequentador de boteco que lá à certa altura (pós
alguns burbons e conhaques) começa a filosofar. Pois aqui tento transcrever
algo parecido com aquelas filosofias baratas de boteco, daquelas que acontecem
entre dois ébrios de final de semana as 4:30 na mesa dum barzinho.
Sempre achei uma baita duma mentira
àquilo que os professores ensinam quando nos passam o conceito de sociedade.
Aquele lance de: “-Sociedade é a união de indivíduos com um interesse em comum,
blá, blá, blá.” Bosta pura! Eu sou mais da opinião de que sociedade é formada
pela união de indivíduos variados cheios de interesses incomuns. Sim, pois até
em uma família que é a entidade base da formação da sociedade os integrantes
divergem em seus interesses e pontos de vista.
Toda hora a gente nota uma tentativa
de formação de algum movimento rebelde contracultura. Coisa normal daquelas
pessoas que estão na fase de querer incendiar o mundo e não tem muito para
fazer ou com o que se preocupar de fato. Um vasto grupo de seres que permeiam
nossa sociedade, porem com interesses não condizentes com os da maioria. Não
que esses movimentos não consigam se formar; ou que não ganhem expressão. De
fato se formam e se mantem sabe-se lá até quando com alguma notoriedade. O
problema com eles é que eles perdem a essência com pouco tempo de duração.
Duram pouco, pois o sistema atual
(segundo minha opinião) possui dois antídotos contra qualquer coisa que venha a
ameaçar sua soberania. Um desses antídotos é ridicularizar, banalizar e
comercializar. O outro, usado quando o primeiro falha e o lance acaba pondo em
xeque a credibilidade do sistema, écacetiar quem propagar (aqui no sentido de
fazer propaganda, instigar e perpetuar) a ideologia, comportamento ou seja lá
oque for que esse movimento tenha por ideia.
Vide os movimentos mais conhecidos
contracultura e contra o sistema que se fazem ainda presentes na sociedade.
Movimentos como, por exemplo, o “PUNK” e o “RAP”. Começaram há tempos passados
tendo por essência o protesto contra indiferenças, injustiças e coisas do
gênero que deixam qualquer super-herói fulo da vida. Tudo muito belo e
romântico, até que começaram a banalizar e comercializar o lance todo. A partir
de que se comercializa algo tipo o punk, se diz punk tanto aquele que conhece a
vida rueira de verdade, quanto aquele guri criado a leite com nescau que ainda
joga bulita no carpete do apartamento sem sacada em que vive mas que tem o
disco de uma dessas bandas “punk rock” que passam no programa da xuxa sábado a
tarde (juro que não estou aqui me referindo à Raimundos ok?! Foi sem
querer.)
Um dos últimos casos em que a
credibilidade do sistema esteve em xeque, e que eu me lembre foi o movimento
ocupy, onde em meio os USA em crise um grupo de pessoas se reuniu em uma praça
de NY como num acampamento e tal, perpetuando ideias de que o sistema atual
deles não presta e propondo um novo modelo (não vou expor minha opinião se
presta ou não, quem quiser debater isso comigo sabe o bar que eu frequento, mas
sou apolítico então...). O ocupy deu certo e chegou a se formar em outras
cidades até. (não vou ficar discriminando onde, como e qual era a ideia dos
caras, se te interessar, procura no google que lá terá a resposta para todas as
tuas perguntas.) Deu tão certo pois não havia maneira de torna-lo
comercializável, muito menos de ridicularizar visto o apoio de grande massa
artística que ficou do lado dos caras, tão pouco se tornar banal por ser um
lance do tipo, oito ou oitenta sacou?
Desta forma oque aconteceu com o
movimento? Botaram a policia na rua com a trilha sonora de Vamos Quebrar
Tudo.mp3 nos headphones e acabaram com a merda toda.
“Fenômenos sociais comuns, onde se
faz presente a convivência humana em sociedade.” Diria algum professor,
cientista politico ou sei lá quem. Pois afinal de contas a sociedade é formada
por indivíduos de UM interesse comum. Sim claro, um apenas eu sempre digo. O interesse de instigar e tentar influenciar o outro para pensar
da mesma forma que a sua, de puxar a brasa para o seu assado a fim de suprir a
carência humana sempre deficiente no quesito independência. Afinal de contas
somos seres sociáveis por natureza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário