sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Lágrimas para Da Lu

   


         Uma dose de vodka e aquela lembrança reaquecida. Ainda me lembro o primeiro sonho com ela... Vestida com calças justas pretas, um casaco de lã também preto, que realçara seus peitos, um cachecol vermelho e uma leve touca a lá francesa segurando seus cachos. Encantadora, eu diria. Seu sorriso expressava algo tão meigo quanto sua feição, e ainda carregava algo convidativo. Seguimos uma rua de subida larga, numa cidade que residi uns cinco anos. Parecia que a conhecia tão bem, conversamos sobre mil coisas e tive um convite para entrar em seu prédio. Lá dentro, uma festa sem significado acontecia. Para tirar minha atenção, ela pegou uma de minhas mãos fazendo meu mundo tremer em escalas significativas, enquanto me levava para outro aposento do lugar, chegando a uma espécie de quarto.  Para me confortar, sentei em uma poltrona vermelha, meio reclinável, que estava perto de uma janela, onde tinha um lindo vale e um ambiente mais calmo, enquanto ela trazia uma taça de vinho e um lindo olhar. Ganhei um beijo e um aconchego. Suas mãos tão delicadas passavam entre as minhas enquanto levemente confortara sua cabeça em meu peito dizendo suaves palavras e soltando leves suspiros. Te digo: De todos os meus sonhos de platonismo que tive, foi o mais marcante que me lembro e essa cena soou como um convite a moça residir neles. O fato que sempre me deixava intrigado era acordar com enorme conforto de ser amado. Meu dia era outro e o ciclo de seu aparecimento nos meus sonhos ficou maior. O apelido da moça que arrancava de mim todas as expressões para transformá-las em satisfação era Da Lu. Seu sexo, seu beijo, seu carinho era tão real que nem parecia sonho e cada vez eles ficavam menos distante de uma realidade, até porque sustentei algo na realidade.

Lógico, ela existia na vida real e soubera, por cima dos fatos, de sua boa freqüência em meus sonhos. Seus contatos mexeram comigo desde o primeiro dia e esse encantamento, pelo menos de minha parte, era forte. Minha pequena barreira amorosa ruiu... Porém ruiu me deixando mal, afinal nem toda história de “amor” acaba em “amor” e essa fortaleza segue se reconstruindo.

Enquanto isso fico na espera desse famoso desgaste para me reerguer. Ele sempre aparece, em qualquer ser, em qualquer hora. Que me tire dessa fossa, que tome conta dos meus sonhos onde Da Lu reside e que a arranque de lá.


Chega de lágrimas para Da Lu.



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