domingo, 1 de junho de 2014

Regressão pluviométrica

A ansiedade pelo meu segundo post, estava mexendo comigo, milhões de idéias aparecendo, e não conseguia canalizar somente um devaneio, sábado à tarde, chuvoso, fui ao mercado fazer as compras para a casa.
Me molhei com tal chuvisco, dificilmente ando com guarda-chuva,já sou desastrado ao natural, imagina com um exemplar desses em mãos, queria ver se algo me surgia, comprei o que precisava, voltando para a casa,quem estava à me esperar? Se você respondeu,a chuva,acertou nobre leitor.
E de repente, me vi mergulhar num ato de apreciar tal fenômeno, que aliado ao frio, não despertava nenhuma felicidade em quem estava nela. Embarquei numa regressão, me recordei das chuvas de verão em algum janeiro dos anos noventa, sem ter nenhuma responsabilidade, apenas se molhar,dar risadas intermináveis, aproveitar a água que vinha, esbocei um sorriso bobo, e continuei minha caminhada, olhei para as poças que se formavam pela calçada, vi meu rosto, agora com barba, preocupado pelas contas à serem pagas, roupa molhada, ou até pelo que o sábado à noite me reservava, entrei em conflito comigo, parei, dei uma suspirada.
Segui, mais à frente me deparei com uma árvore, pelas minhas contas, no mínimo nesse lugar desde que me conheço por gente, lembrei de quantas vezes saia da escola, passava por esse mesmo caminho com meus amigos de infância, e percebendo que suas folhas estavam molhadas, alguém sempre dava um chute,nos ensopando,em seguida ríamos de nossa patetice. Chegando em casa, esparramei as compras pela mesa, vim para o quarto, escrever algo em relação à essa experiência que tive, antes que me escapasse.
Tudo está do mesmo jeito, quem muda é a gente, vamos acabando com nossos sonhos,e dando espaço para a alienação cotidiana,esquecemos  de aproveitar, reorganizar metas,traçar planos, melhorar como humanos, confesso que jamais pensei, ser pego por uma lição dessas, ensinamentos, estão sempre nos rodeando, esperando uma oportunidade para exercerem seu papel em nossa vida.
Amanhã,  ou depois de amanhã, sairá o sol, secará tudo, virão outras chuvas, mas essa de hoje, teve uma representatividade enorme, ela foi mais além, conseguiu lavar a alma...

Nenhum comentário:

Postar um comentário