Odeio dias de chuva. São
exaustivos, monótonos e reflexivos. Ou seja, não são feitos para mim. Nada
presta, do chocolate quente de manhã até a chegada pós-trabalho na tão querida
casa. O corpo pesa, o pensamento gira e você só pede um pouco mais de “hora do
sofá”. Reflexão vem e vai, bate como se fosse sino. Agora entendi como os
ingleses são tão entediados e chatos. Londres é triste. Geralmente não vejo as
pessoas sorrindo e extravasando a sua alegria em dias assim, a menos que
tivessem uma noite (Anterior a esse dia chuvoso) regada a sexo. Afinal, dias
assim alegram quem gosta da depressão, aqueles que ficam felizes quando as
coisas são complicadas, ou quando só chove, como canta Shirley Manson. É por
isso que digo que sinto falta de uns bons dia de sol de verão escaldante, neles nunca vai
soar tristeza na “happy hour”, só cansaço.
Chegando em casa, abre-se a cerca do jardim com a
mente cheia do trabalho e o cachorro te olha pela sacada. Percebe-se que sua
animação é contida e apenas alguns balanços do rabo do cão é visto. Uma espécie
de “oi, estou feliz em te rever, mas releva meu mal-humor, não é um bom dia”.
Mal sabe ele que você está também nessas. O guarda-chuva é fechado, a chave é
procurada no bolso e aquele suspiro de alívio e peso é solto: “Ufa! Finalmente
em casa.”. Não quero tomar cervejas ou ver amigos, não quero diversão ou
balada, ligo a TV e reclamo do dia, do trabalho e da programação... E ainda assim o
dia continua sendo chuvoso, continua sendo uma merda.
Agora parti, tá um lindo dia de sol e eu não quero perdê-lo como se fosse um dia de chuva.
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